Rural

03/02/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:00am

Garantir a permanência dos jovens no interior é um dos grandes desafios das administrações dos pequenos municípios. E, graças a políticas públicas voltadas à diversificação no meio rural, acesso a financiamentos, novas tecnologias e assistência técnica da Emater/RS-Ascar, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e de cooperativas, além de parcerias com integradoras, garantias de preços e crédito fundiário, cidades onde o setor primário é o carro-chefe em retorno de ICMS estão conseguindo garantir que os filhos de agricultores permaneçam na propriedade e invistam no setor.

Canudos do Vale pode ser considerado um exemplo, já que grande parte dos jovens rurais está investindo na terra e acreditando num futuro promissor. Uma das atividades que vêm registrando crescimento em valor adicionado no município nos últimos quatro anos é a criação de suínos, por meio do sistema integrado. O aumento no consumo interno a nas exportações fez com que as integradoras abrissem novas oportunidades, oferecendo vagas para novas terminações, creches (leitões) ou fêmeas para recria a vários jovens agricultores interessados em permanecer e investir na atividade.

Aproveitando essas oportunidades e pensando em investir numa atividade com menos riscos, os irmãos Diego Zanoni (31) e Darlei Zanoni (22), de Rui Barbosa, decidiram apostar na criação de leitoas para recria, numa parceria com a empresa BRF Foods. A construção de dois galpões que somam 3.078 metros quadrados, com capacidade para alojar mil fêmeas, começou há cerca de um ano. A previsão de conclusão das obras é maio deste ano. Ajudam na empreitada o pai Jair e o outro irmão, Douglas, além de um pedreiro. O investimento deve chegar a R$ 350 mil, com recursos financiados pelo Programa Mais Alimento do governo federal, com juro de 2% ao ano e prazo de dez anos para pagar.

É preciso gostar

“Também recebemos ajuda da prefeitura, que subsidiou 100% das horas da máquina para terraplenagem, além das telhas e parte do custo das licenças ambientais”, contabiliza Diego. A família está na expectativa para a conclusão das obras e início dos alojamentos. Aos irmãos, para investir na atividade é necessário, primeiro, gostar da suinocultura, e com o manejo adequado e dedicação, eles acreditam em ótimos resultados financeiros.

Diversificação

A família Parmiggiani, de Rui Barbosa, que atualmente tem como principal atividade o leite, também resolveu apostar na diversificação. Com a decisão do filho Vanderlei (25) de permanecer na propriedade dos pais, o grupo decidiu apostar e investir na construção de duas creches para criação de leitões, por meio da integração com a Cosuel. A terraplenagem já foi concluída pela prefeitura, e nos próximos dias devem começar as obras de construção de dois galpões com capacidade para alojar 500 leitões cada.

O valor do investimento será de R$ 150 mil, financiados pelo Mais Alimento, além do subsídio das telhas, terraplenagem, licenças ambientais e transporte de material bruto pela prefeitura. “Outra vantagem com a criação de suínos será o aproveitamento dos dejetos na adubação dos cerca de oito hectares cultivados com pastagens para as vacas leiteiras, reduzindo desta forma os custos de produção e aumentando a renda do leite”, afirma Vanderlei.