Mercado

08/12/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:04am

A China tem potencial para virar um grande mercado para a carne suína do Brasil, superando a Rússia, afirmou o presidente da associção da indústria nesta terça-feira.
"Considerando o que aconteceu com a soja e a carne de frango, isso pode acontecer de forma rápida… 2012 o foco é China", disse Pedro de Camargo Neto, o presidente da Abipecs.

O executivo, no entanto, evitou fazer uma projeção sobre o prazo em que a China poderia se tornar o maior mercado para o Brasil, acrescentando que isso também dependerá dos preços no mercado internacional.

"Com as aves foi assim, demorou um pouco… é natural, as empresas precisam se adaptar aos novos processos", acrescentou Camargo Neto.

O Brasil tem atualmente três frigoríficos habilitados a exportar para a China. Além destes, mais cinco já enviaram a documentação ao Ministério da Agricultura mostrando que adotaram as medidas previstas para atender ao mercado chinês.

Em novembro, o Brasil realizou os primeiros embarques para a China, país que recebia a carne brasileira anteriormente somente via Hong Kong.

EXPORTAÇÕES EM 2011

Devido ao embargo à carne suína do Brasil imposto pela Rússia, Hong Kong vai superar os russos como o principal destino para as exportações brasileiras do produto já em 2011, afirmou nesta terça-feira a Abipecs, entidade que reúne as indústrias do setor.

"A estimativa é que em 2011 as vendas para Hong Kong superem as dirigidas para a Rússia", relatou a associação em comunicado.

O Brasil exportou para Hong Kong, tradicionalmente o segundo destino para a carne suína do Brasil, 120 mil toneladas no acumulado de janeiro a novembro, crescimento de 33 por cento sobre o ano anterior.

As exportações para a Rússia no acumulado do ano somam 123,5 mil toneladas, mas como as vendas para os russos estão baixas é muito provável que, com os embarques de dezembro, Hong Kong assuma a liderança.

A Rússia impõe um embargo quase que total à carne suína do Brasil desde junho, limitando os frigoríficos autorizados a exportar.

Para 2011, a Abipecs estima que as vendas externas totalizem 520 mil toneladas, abaixo das cerca de 540 mil toneladas embarcadas em 2010, segundo Camargo Neto.

Em novembro, as exportações do Brasil para a Rússia somaram apenas 2.835 toneladas. No acumulado do ano, a queda é de 44,5 por cento na comparação com o mesmo período de 2010.
No mês passado, o Brasil exportou para todos os destinos 43 mil toneladas, volume praticamente estável em relação ao mesmo mês do ano passado.

A receita gerada com as exportações foi de 130,61 milhões de dólares, crescimento de 13,45 por cento na comparação com novembro de 2010, com um alta de 13,4 por cento no preço médio.

No acumulado do ano, as exportações do Brasil em volume caíram 5 por cento, para 479,5 mil toneladas, com a receita crescendo no mesmo período 6,6 por cento ante 2010, para 1,33 bilhão de dólares, diante de melhores preços.

PRODUÇÃO DEVE CRESCER QUASE 5%

A produção de carne suína no Brasil em 2011 deve encerrar com crescimento de 4,9 por cento sobre 2010, para 3,5 milhões de toneladas.

Para 2012, a expectativa da Abipecs é de crescimento de no máximo 2 por cento na oferta de carne suína no país.

Segundo a Abipecs, a demanda deve continuar aquecida no mercado interno e no mercado externo, com avanço das exportações especialmente para a Ásia.