Criação

31/10/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:04am

Em Jataí, a 327 km de Goiânia, um produtor de leite decidiu investir na criação de um banco de material genético do gado leiteiro. Com a seleção do ácido desoxirribonucleico (DNA), ele consegue produzir bezerras de alto desempenho. Além de padronizar o plantel da fazenda, a técnica aumenta o lucro da atividade leiteira em 27%. E com a fertilização in vitro dá para ter até 150 filhas da mesma vaca durante o ano.

Segundo o pecuarista Roberto Perez, uma vaca comum pode ter cerca de 12 gestações ao longo da vida, sendo que metade pode ser de filhotes fêmeas. Com o uso da tecnologia, o material genético do animal é retirado e colocado em outras fêmeas, que funcionam como uma espécie de barriga de aluguel. Assim, uma única vaca pode gerar diversos embriões.

O pecuarista cita o exemplo de uma bezerra, que ainda não chegou à idade adulta, mas que já é uma doadora de célula. Quatorze vacas receberam seus embriões e, em poucos meses, reproduzirão animais com alto valor de mercado.

“Antigamente, a produtividade ficava entre 10 quilos e 12 quilos de leite. Hoje é natural, num regime convencional normal, que a produção chegue a 25 quilos. Um animal que produz 25 quilos gasta o mesmo que aquele que produz 12 quilos. O custo benefício é muito grande. É aonde se agrega valores, e isso é importantíssimo para a pecuária de leite”, compara o pecuarista Roberto Perez.

Alimentação
De acordo com o professor de agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), especialista em bovinos leiteiros, Edgar Saenz, o manejo adequado também é muito importante para a produtividade do rebanho. Por isso, as vacas da fazenda do pecuarista Roberto Perez recebem tratamento especial.

Para evitar o estresse da caminhada no pasto, o gado é tratado no cocho. A medida diminui o desperdício de silagem, protege os animais de parasitas e contribui para o aumento do leite.
Segundo Edgar Saenz, uma vaca bem alimentada vai produzir muito, se tiver potencial genético.

Agora, de nada adianta ter muito potencial e não ter comida. “Nesses casos, a vaca pode até produzir, no entanto vai perder condição corporal, o que vai ser refletido, principalmente, na sua reprodução”, ressalta.

Para qualquer nível genético do rebanho, o especialista recomenda atenção ao manejo. “Se a gente não der uma atenção à sombra e à água. Se não tentar diminuir barros e parasitas, na época de chuva, esses animais não vão conseguir produzir adequadamente e poderm, inclusive, vir a ter sérios problemas de saúde”, alerta.