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05/10/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:06am

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, afirmou nessa terça-feira (4-10), em Bruxelas, na Bélgica, que a produção brasileira de grãos e de carnes precisará mais que dobrar até 2050, quando será preciso produzir alimento para uma população adicional de 2,3 bilhões de pessoas em todo o mundo, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O papel do Brasil nesse cenário é fundamental para garantir comida de qualidade e barata, que abasteça o mercado brasileiro e gere excedentes para exportação.

Durante o 5º Encontro Empresarial Brasil – União Européia, a senadora Kátia Abreu lembrou que os incrementos da produção nacional serão possíveis a partir de um quadro de segurança jurídica que garanta os investimentos necessários para o setor agropecuário e da adoção de tecnologias que aumentem a produtividade da agropecuária brasileira, sem a necessidade de abertura de novas áreas de produção. Lembrou, também, que a fome do mundo hoje é fruto da falta de renda e não da falta de alimentos. “As pessoas que passam fome hoje não têm renda suficiente para comprar alimentos”, afirmou.

Ao participar do painel “Oportunidades de Investimento”, a presidente da CNA lembrou que o novo Código Florestal brasileiro, que está sendo discutido no Senado, não permitirá o aumento do desmatamento. A nova legislação apenas regulariza a situação dos produtores rurais, que estão em situação irregular em função das constantes mudanças da lei ambiental. “Os produtores brasileiros ocupam apenas 27,7% do território nacional de 851 milhões de hectares com a produção de grãos, fibras e biocombustíveis e mantêm 61% do território preservado”, afirmou. A senadora Kátia Abreu afirmou que 70% da produção brasileira é destinada ao mercado interno e que 30% é exportada, vendas que fazem do Brasil um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.

Para os empresários e autoridades do Brasil e da União Européia que participam do encontro, evento da Cúpula Brasil – União Européia, a presidente da CNA afirmou que o Brasil precisa, também, solucionar as deficiências de infraestrutura de transporte, especialmente na região do Arco Norte do País, que dificultam o escoamento e encarecem o frete do setor agropecuário. A senadora Kátia Abreu enfatizou, ainda, a importância do agronegócio para a economia brasileira e lembrou que o setor tem sido responsável pela manutenção do saldo positivo da balança comercial nos últimos 10 anos. Só em 2010, o saldo foi de US$ 20,3 bilhões.

A presidente da CNA destacou, também, as perspectivas de crescimento do setor sucroalcooleiro e da silvicultura, setores que também podem se desenvolver sem comprometer o meio ambiente. Explicou que, no caso da cana-de-açúcar, as áreas permitidas para o plantio estão distantes da Amazônia e que a expansão dos canaviais não representa nenhum risco à maior floresta tropical do mundo. A senadora Kátia Abreu acrescentou que o Brasil vai cumprir, 10 anos antes do previsto, a meta assumida, em 2009, pelo governo brasileiro junto à Organização das Nações Unidas (ONU), de reduzir o desmatamento em 80% até 2020. “Não há dúvidas de que o grande negócio do Brasil é alimentar as pessoas e preservar o meio ambiente”, finalizou.