Leite

21/07/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:09am

A análise feita pelas indústrias apenas verifica a presença de contaminantes, sem especificar a sua quantidade que, dependendo do valor, poderia ser tolerada
O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite (CNPL) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, fez um alerta sobre a falta de metodologia para medir os níveis de impureza do leite no Brasil. “Tem muito leite sendo desperdiçado porque não é aferida corretamente a quantidade de resíduos e contaminantes na hora em que o produto é captado pela indústria”, afirmou. O assunto foi discutido em reunião do Conselho Consultivo da Rede Brasileira de Controle de Laboratórios de Qualidade do Leite (RBQL), nesta terça-feira (19/7), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.

Segundo Rodrigo Alvim, o Codex Alimentarius, organismo de referência para os critérios de segurança alimentar e comércio mundial, prevê uma tolerância para os níveis de presença de resíduos e contaminantes no leite. Ou seja, a presença dessas substâncias até certo limite não compromete a saúde dos consumidores. O problema, explica Alvim, é que a análise feita pelas indústrias apenas verifica a presença ou não de resíduos e contaminantes, sem especificar a quantidade. Dessa forma, muitos litros são desperdiçados porque as indústrias temem por multas ou pela apreensão de seus produtos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que monitora a presença dessas substâncias nos alimentos.

De acordo com o presidente da CNPL, uma reunião deve ocorrer em até 20 dias com o objetivo de preparar uma proposta que vai sugerir ao Mapa a melhor forma de condução do processo que definirá padrões, métodos e técnicas para verificar a quantidade de resíduos e contaminantes no leite.