Carne

30/06/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Antes do fim do ano, uma empresa uruguaia apresentará nos Estados Unidos a primeira carne bovina moída com rastreabilidade sob a marca "El Terruño". O produto será destinado a lojas que vendem carne natural para se diferenciar nesse mercado.

Com um investimento que superará os US$ 800.000, o Consórcio Conexión Ganadera prepara seu desembarque no mercado dos Estados Unidos com sua carne bovina natural, produzida e industrializada no Uruguai. O projeto foi apresentado aos investidores há poucos dias e, sob a marca, planeja-se colocar cortes bovinos de primeiro nível. Entre esses cortes, será apresentada "a primeira carne bovina moída com rastreabilidade nos Estados Unidos", disse um dos integrantes da empresa, Gustavo Basso.

Os Estados Unidos, assim como o Canadá, é um grande demandante de cortes de carne bovina provenientes da operação de desossa nos frigoríficos, que são destinados à indústria de hambúrgueres. Com os sérios problemas de Escherichia coli que afetaram a América do Norte causando pânico entre os consumidores e obrigando o Governo a recolher grandes volumes de produtos, com perdas milionárias para a indústria de carnes, a carne moída rastreada que o Uruguai pretende introduzir nesse mercado oferece as máximas garantias, já que o mecanismo permite conhecer a história do animal até o momento de industrialização e chegada ao prato do consumidor.

"A rastreabilidade nos coloca em uma posição privilegiada, dadas as características de produção do Uruguai que estão bastante longe dos riscos de E. coli que têm os produtos dos Estados Unidos. Essa bactéria está associada à carne de animais produzidos em currais de engorda", disse Basso, estimando que "antes do fim do ano, será feito o desembarque nesse mercado".

O nome da marca foi escolhido pelos próprios consumidores no marco de uma pesquisa feita por uma empresa especializada em marketing, contratada pelo Conexión Ganadera. Em 2004, os diretores da empresa uruguaia visitaram os Estados Unidos para conhecer o mercado por dentro e contrataram uma firma norte-americana de alto prestígio que se encarregou do marketing. "Nessa oportunidade, exploramos as possibilidades para um nicho de carne de alto valor, não copiando o que eles produzem, mas sim, pensando no que nós mesmos produzimos, que é carne a pasto. Esse nicho que decidimos explorar estava de alguma forma começando a ser conhecido nos Estados Unidos, mas hoje, já tem uma difusão muito maior. Existem comércios e butiques de carne que se dedicam somente a animais produzidos a pasto que são considerados como naturais".

A ideia dos empresários uruguaios era entrar com esses produtos de alta qualidade nos Estados Unidos em 2008, mas nesse ano ocorreu a crise econômica, frustrando a iniciativa. Um ano antes, em uma feira de produtos naturais na cidade de Baltimore, a carne natural produzida no Uruguai foi apresentada e fez sucesso. "A crise nos obrigou a postergar o projeto. No ano passado, retomamos a linha de seguir avançando no assunto e a Agência Nacional de Inovação e Investimentos nos premiou com um financiamento sem retorno para levar adiante esse projeto".