comercio

16/06/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

A epidemia provocada pela bactéria Escherichia coli continua se espalhando pela Europa e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já registra 35 mortes. O uso indiscriminado de medicamentos sem controle pode ter contribuído para a mutação genética desta bactéria. Tal mutação, segundo a mídia, tornou a bactéria extremamente agressiva ao homem e segundo autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) o surto é classificado como o mais grave de E. colli já registrado na Europa.

A proibição da venda indiscriminada de medicamentos de uso veterinário é uma das bandeiras do CRMV-SC que em conjunto com a VISA Estadual está elaborando um projeto para ser encaminhado à Assembleia Legislativa. O uso indiscriminado de medicamentos sem controle, principalmente de produtos de uso veterinário indicados por leigos e que deixam resíduos nos alimentos de origem animal, podem ter contribuído para desencadear essas transformações de comportamentos.

A Escherichia coli é um habitante normal do sistema digestivo de animais de sangue quente, como frangos, bovinos, suínos, animais silvestres, assim como o próprio homem. Em animais e pessoas saudáveis, ela é mantida numa baixa população, sem causar enfermidade. Quando diminui a imunidade e, principalmente em crianças e animais jovens, ela pode aumentar sua população e desencadear diarréias geralmente brandas. Porém, algumas variações desta bactéria, chamadas de cepas ou sorotipos, podem apresentar características diferenciadas que a tornam mais patogênica e letal.

Além das mortes, mais de 4 mil pessoas na Alemanha foram contaminadas e muitos sofrerão sequelas ao longo da vida, com complicações renais e neurológicas. Cerca de 100 pacientes sofreram danos renais graves o suficiente para precisar de um transplante ou depender de diálise durante a vida. O manual da OMS “Controle das Doenças Transmissíveis no Homem” afirma que “as cepas evasiva e enterotoxígena usualmente causam doença esporádica, embora possam gerar surtos a partir de origem comum”. Destaca-se ainda que o reservatório do microorganismo é pessoas infectadas e animais que com frequência não apresentam sintomas.