descoberta

25/05/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Sociedade científica norte-americana divulga as 10 maiores descobertas mundiais de espécies em 2010. Estudo mostra como a biodiversidade do planeta, embora constantemente ameaçada, ainda está longe de ser desvendada pelo homem

Quando se fala em biodiversidade, logo vêm à mente as pesquisas que alertam sobre ameaças e riscos de extinção. Mesmo com os hábitats sendo devastados, contudo, novos animais, plantas e micro-organismos são descritos todos os anos, em diversas partes do planeta. Da quase toda devastada Mata Atlântica a um Golfo do México afetado pelo derramamento maciço de óleo, os cientistas ainda se surpreendem com descobertas de espécies nunca antes descritas. Para celebrar esses achados, o Instituto Internacional para Exploração de Espécies, sociedade científica do Texas, elege periodicamente as 10 maiores descobertas dos últimos 11 meses. Baratas saltadoras, bactérias comedoras de navios e um cogumelo brasileiro fosforescente estão entre os contemplados esse ano.

Como 23 de maio é o aniversário de Carolus Linnaeus, o botânico sueco que criou o moderno sistema de classificação de plantas e animais, o anúncio é feito nesta data. Em uma webconferência de imprensa, o diretor do instituto, Quentin Wheeler, explicou que a escolha dos Top 10 é feita por um comitê internacional de especialistas em taxonomia. De acordo com ele, a iniciativa tem como objetivo reconhecer o trabalho de pesquisadores que exploram os mais inóspitos ambientes da Terra, na esperança de encontrar novas formas de vida. “Nós só podemos aspirar a uma biodiversidade sustentável se primeiro soubermos quais espécies existem. Nosso melhor palpite é que todas as espécies descobertas desde 1758 representam menos de 20% das plantas e dos animais que habitam o planeta Terra. Uma estimativa razoável é de que 10 milhões de espécies ainda não foram descritas, nomeadas e classificadas”, afirmou.

Para Wheeler, catalogar as espécies e conhecer suas peculiaridades é parte essencial no entendimento da história da vida. “É do nosso próprio interesse. À medida que enfrentamos os desafios de viver em um planeta em rápida mutação, precisamos entender a origem e os 3,8 bilhões de anos da história da evolução.” O biólogo acredita que uma nova geração de ferramentas tecnológicas, associada aos amplos recursos da internet, vão acelerar a taxa de descoberta das espécies.

“Cada uma dessas espécies descobertas conta uma história sobre o nosso planeta, pois elas são as peças do quebra-cabeças que nos ajudam a entender como todos os componentes da vida na Terra trabalham em conjunto”, disse Mary Liz Jameson, professora da Universidade de Wichita, que ajudou a selecionar as Top 10. “Eu acho que as 10 espécies ajudam a chamar a atenção para seres que ainda estão esperando para serem descobertos — seja em seu próprio quintal, em uma clínica de saúde no Peru, no fundo do oceano ou em um mercado na África Ocidental”, dis