INTELIGÊNCIA

17/05/2011 – Atualizado em 17/05/2011 – 12:00am

Pesquisadores acreditam que crescimento da urbanização no mundo possa resultar no declínio das espécies com cérebro menor

Um pássaro que desejar viver em uma cidade grande precisará de um cérebro grande para sobreviver, reportaram pesquisadores suecos em novo estudo.

O tamanho do cérebro já esteve vinculado à capacidade de animais de várias espécies desenvolverem novos comportamentos e se adaptarem a ambientes em constantes mudanças. Portanto, nesse novo estudo, os pesquisadores catalogaram o tamanho do cérebro e a massa corpórea de 82 espécies – geralmente passarinhos que vivem em poleiros – e as categorizaram por seu êxito, ou a falta dele, em viver em 12 cidades da Europa.

Eles descobriram que as espécies que tinham cérebros maiores em relação ao seu tamanho corporal – corvos e tentilhões, por exemplo – tinham maior probabilidade de viver bem nessas cidades.

O estudo foi publicado na internet no fim de abril, na “Biology Letters”.

Somente algumas espécies são capazes de sobreviver em cidades, e os autores ainda especulam que o crescimento da urbanização no mundo todo possa resultar em um declínio de longo prazo das espécies com cérebro menor.

Os pombos são exceção. Eles têm cérebros pequenos, diz o autor líder, Alexei A. Maklakov, professor-assistente de biologia da evolução na Universidade de Uppsala. No entanto, o ambiente urbano fornece a eles uma aproximação de seu habitat natural, fazendo com que precisem de pouca energia intelectual para se adaptar.

São inúmeros arranha-céus que lembram as montanhas sobre as quais eles se aninham na natureza, argumenta Maklakov. “Eles não precisam inventar maneiras de encontrar comida. Aquela que nós jogamos está de bom tamanho para eles”.