Acordo
13/04/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am
A primeira visita da presidente Dilma Rousseff à China rendeu compromissos do governo do presidente chinês, Hu Jintao, que atendem à parte dos apelos dos empresários brasileiros
Hu Jintao promete abrir o mercado chinês aos produtos brasileiros, como carnes suína e bovina, além de aves, tabaco e frutas cítricas. As parcerias incluem ainda questões sociais, de turismo, educação e esportes.
As parcerias foram sintetizadas em um comunicado conjunto anunciado ontem (12/04/11) por Dilma e Hu Jintao, que reúne 29 pontos, durante solenidade em Pequim. "[Os presidentes] coincidiram em estender a cooperação para novas áreas, com base nos princípios de respeito mútuo, igualdade e benefício recíproco", resumiu do documento.
No comunicado, a China sinaliza que pretende atender ao apelo do empresariado brasileiro para abrir seu mercado. "A parte chinesa manifestou disposição de incentivar suas empresas a ampliar a importação de produtos de maior valor agregado do Brasil. A parte brasileira reafirmou o compromisso de tratar de forma expedita a questão do reconhecimento da China como economia de mercado", diz o texto.
De acordo com o documento, Dilma e Hu Jintao "mantiveram reunião em clima cordial e amistoso". Durante a conversa de hoje com Dilma também estavam presidentes o presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, Wu Bangguo, e o primeiro-ministro do Conselho de Estado, Wen Jiabao.
No comunicado, Dilma e Hu Jintao afirmam "considerar como positivos os resultados alcançados com a visita, cujo sucesso contribuirá para dar renovado impulso ao desenvolvimento da Parceria Estratégica Brasil-China". Ao longo do dia, foram assinados acordos de cooperação nas áreas de política, defesa, ciência e tecnologia, recursos hídricos, esporte, educação, Agricultura, energia elétrica, telecomunicações e aeronáutica.
De acordo com o documento, chineses e brasileiros consideram ainda que houve avanços na cooperação econômico-comercial envolvendo os dois países, nos últimos anos. O texto lembra que, desde 2009, a China é o principal parceiro econômico do Brasil – com superávit para o lado brasileiro.
O texto confirma ainda a parceria para ação conjunta envolvendo a aviação executiva e regional, referindo-se às empresas de transporte aéreo da China e a Embraer. Depois de muitas discussões, a fabricante brasileira Embraer, finalmente, começará a produzir o jato executivo Legacy.
Exatamente como foi anunciado pelo Ministério da Agricultura, informando que três frigoríficos brasileiros passarão a exportar carne suína para a China – maior mercado do mundo -, o documento divulgado hoje confirma a iniciativa.
Pelo acordo, será fortalecido o "diálogo" para a promoção do comércio de alimentos e produtos agrícolas entre ambos. Segundo o texto, serão acelerados os processos de registros de novos estabelecimentos comerciais brasileiros – nas áreas de carnes bovina e suína, além de aves – que venderão produtos para a China.
A pauta comercial entre China e Brasil também ganhou novos elementos incluindo gelatina, milho, folha de tabaco dos estados da Bahia e Alagoas, embriões e sêmen de bovinos, frutas cítricas, do Brasil, e peras, maçãs e frutas cítricas, da China.