Nutrição

04/04/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am

Cientistas britânicos estão pesquisando maneiras de alterar a dieta de vacas e ovelhas com o objetivo de tentar reduzir a emissão de gases causadores de efeito estufa pelos animais, evitando arrotos e flatulência em excesso. Um novo estudo feito por uma equipe da Universidade de Reading e pelo Instituto de Ciências Biológicas, Ambientais e Rurais da Universidade de Aberystwyth sugere que modificações no tipo de ração que alimenta o gado podem reduzir a emissão do gás metano em até 33%.

Animais ruminantes, como vacas e ovelhas, são uma das principais fontes de emissão de metano na indústria agropecuária, porque o processo de fermentação que acontece dentro de seu sistema digestivo provoca uma concentração do gás. Ministros britânicos dizem esperar que o estudo, financiado pelo Departamento de Ambiente, Alimento e Assuntos Rurais (Defra, na sigla em inglês), melhore a performance ambiental das fazendas do país.

"É muito instigante que essa nova pesquisa tenha descoberto que, simplesmente mudando o modo como alimentamos os animais na fazenda, tenhamos o potencial de fazer uma grande diferença no meio ambiente", disse o ministro da Agricultura Jim Paice. De acordo com o Defra, só a criação de gado em fazendas responde por 9% do total de emissão de gases de efeito estufa na Grã-Bretanha. Metade deste valor é consequência da criação de animais leiteiros como ovelhas, vacas e cabras.

Segundo os dados da pesquisa, aumentar a proporção de milho de 25% para 75% na ração utilizada na alimentação dos animais reduziria a emissão de metano em 6% para cada litro de leite produzido pelas vacas. O uso de capim rico em açúcar também reduziria as emissões em 20% para cada quilo de peso ganho pelos animais. No caso das ovelhas, aveia descascada pode reduzir a emissão de metano em 33%.

Mas a Defra disse que os benefícios das reduções a longo prazo terão que ser considerados "em comparação com outros impactos ambientais e com a praticidade e o custo de implementar (o método) nas fazendas." A pesquisa também afirma não estar claro se as mudanças realmente reduzem a quantidade de gases expelidos pelos animais ou se as mudanças na dieta aumentam os rendimentos totais de carne e leite e, por isso, diminuem a proporção de metano produzido por quilo de carne ou litro de leite.