17 de junho – Dia da Medicina Veterinária Militar
17/06/2019 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:33am
O médico-veterinário militar é um profissional multifacetado: atua na garantia da biossegurança dos quartéis e das operações, no controle das zoonoses e na preservação ambiental. Além de zelar pela saúde e bem-estar dos animais que participam das missões e pelo controle de qualidade da água e dos alimentos consumidos pelas tropas.
A atividade do veterinário no contexto militar evoluiu ao longo da história, adaptando-se às novas características de combate. Exército, Marinha, Aeronáutica, Policia Militar e Organização das Nações Unidas (ONU). Cada um dos militares nestas instituições conta com uma estrutura de ação diferente. O Exército Brasileiro, por exemplo, conta com o reforço de cães treinados para guarda e para a detecção de explosivos e agentes biológicos e químicos. Entende-se, então, a importância do médico-veterinário que também é responsável pelo manejo, reprodução e atendimento clínico-cirúrgico de equinos.
Outro exemplo são os médicos veterinários militares brasileiros que integram diversas missões da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo mundo e, graças a esses profissionais, as tropas brasileiras atuam na luta contra zoonoses como a malária, a raiva e a leishmaniose
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) parabeniza os profissionais pelo Dia da Medicina Veterinária Militar e comemora participando do I Seminário Acadêmico Muniz de Aragão – Novos Horizontes da Medicina Veterinária. O evento ocorre nos dias de 18 e 19 de junho, em Resende (RJ), na sede da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
Saiba mais:
No dia 17 de junho, comemora-se o Dia da Medicina Veterinária no Exército Brasileiro, em homenagem ao seu Patrono, o Tenente-Coronel Médico João Muniz Barreto de Aragão, que nasceu nessa data, filho do Barão de Mataripe, no ano de 1874, em Santo Amaro, Bahia.
O Tenente-Coronel Muniz de Aragão prestou inestimáveis serviços à Medicina Veterinária, ao Exército e à Nação brasileira, deixando, também, como legado, uma vida dedicada à ciência e à carreira das Armas. O brilhante médico-soldado teve reconhecido o trabalho de 21 anos, durante os quais se empenhou para a formação dos primeiros quadros de Veterinária do Exército. Em Decreto-Lei, de dezembro de 1940, foi instituído Patrono do Serviço de Veterinária do Exército Brasileiro.
Ainda estudante, Muniz de Aragão participou, como voluntário, da Campanha de Canudos, quando colheu inúmeros ensinamentos que muito o auxiliariam ao longo de sua carreira. Em 1901, já formado médico-cirurgião, ingressou no Corpo de Saúde do Exército, destacando-se no combate às zoonoses que assolavam a tropa e desenvolvendo seus trabalhos no Instituto de Biologia do Exército e no Instituto Oswaldo Cruz. Produziu trabalhos memoráveis e relevantes como o artigo “A distribuição da água aos exércitos em marchas e em operações”, publicado no Boletim da Sociedade Médico-Cirúrgica Militar em 1917.
Nos início do Século XX, no contexto da Missão Militar Francesa, o Brasil recebeu oficiais veterinários que debelaram os surtos e ajudaram na criação de um curso de Medicina Veterinária. O então Cap Muniz de Aragão, reconhecido por sua atuação na luta contra as epidemias que se alastravam na população e na tropa, foi indicado para a idealização e a implementação da Escola de Veterinária do Exército (EsVEx).
Em 17 de julho de 1914, o Exército, na vanguarda do conhecimento científico, inaugurou a Escola de Veterinária, pioneira no Brasil, seguindo os exemplos dos Exércitos da Inglaterra e da França. Na EsVEx, Muniz de Aragão foi instrutor e o primeiro diretor. Sempre atento às necessidades da Força, criou e dirigiu o Serviço de Defesa Sanitária Animal, embrião do que viria a ser o Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura, e redigiu o primeiro Código Sanitário Animal, que abriu os frigoríficos do Brasil para a exportação e impulsionou a agroindústria do pós-guerra.
Em 16 de janeiro de 1922, aos 47 anos de idade, devido a uma síncope cardíaca, veio a falecer o médico-cirurgião, que sensibilizado com as epidemias dentro e fora da caserna, idealizou e criou o Serviço de Veterinária do Exército e do Ministério da Agricultura.
Na década de 80, a EsVEx foi fechada. Porém, a extinção da Escola não significou o fim do veterinário nas fileiras do Exército. Após quase 20 anos, a formação do oficial veterinário de carreira foi reativada em 1992, na Escola de Administração do Exército, hoje denominada Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), localizada em Salvador, Bahia.
A EsFCEx forma, no período de um ano, como oficial do Exército, o jovem veterinário recém-egresso, motivando-o ao aprendizado contínuo e dotando-o de conhecimentos científicos, competências, habilidades, valores e atitudes que o capacitam a desempenhar, com segurança, as missões de proteção da tropa em tempo de paz ou em combate, em todo o território nacional e no exterior.
A Meidicina Veterinária Militar evoluiu ao longo da história dos conflitos, adaptando-se às novas características de combate. Hoje, os médicos veterinários da Força Terrestre atuam em diversas frentes, nos mais de 600 quartéis pelo Brasil ou nas Missões de Paz da Organização das Nações Unidas em outros continentes, desempenhando missões que incluem:
– as atividades de biossegurança nas operações militares;
– a inspeção e a vigilância sanitária de alimentos;
– o controle da qualidade da água;
– a contribuição para a defesa nacional frente aos riscos biológicos emergentes e ao bioterrorismo;
– o estudo da fauna e a contribuição para a preservação do meio ambiente;
– a preservação da saúde dos animais de emprego militar;
– a inspeção de instalações;
– o apoio às ações cívico-sociais;
– o apoio a grandes eventos realizados no Brasil, como os Jogos Mundiais Militares, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos;
– a produção de imunobiológicos;
– a prevenção das zoonoses; e
– o controle da população de vetores e roedores.
Assessoria de Comunicação do CFMV, com informações do Exército Brasileiro